quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

bora?


Não é preciso assim muito... basta um veículo companheiro e pessoal com vontade de ir sem rumo. Será que é em 2011 que fazemos uma trip a Marrocos?!

apenas a ocupar um espacinho...


ainda meio desarrumado... mas aqui está o mais recente objecto que ocupa o mini Palácio de Alcântara. Combinam na perfeição!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

blue...

encantada com o pequeno "índio" loiro


Aqui está um momento captado ao acaso, mas intencional (quem me conhece sabe porquê). Um pequeno "índio" loiro (como o apelidei) e eu, uma turista perdida num rio cheio de crocodilos, tartarugas, aves raras e sabe-se lá mais o quê.

O "índio" loiro encantou-me mal entrou com a mãe no taxi-boat em Cariari. Filho de uma costa-riquenha (que fisicamente era o oposto dele, pelos seus traços claramente latino-americanos) e, possivelmente, de um turista alemão ou inglês que por lá passou (este foi o filme que fiz na altura). No início tímido, e depois de muito meter conversa com ele, o menino lá começou a dar-me troco, principalmente quando o assunto chegou ao tema ‘brinquedos’, nomeadamente carrinhos. A certa altura, o pequeno "índio" loiro dizia-me orgulhoso “yo tengo ocho carritos en mi casa... no, no, yo tengo cinco carritos en my casa…", e assim sucessivamente. De forma inocente, como muitas crianças daquela idade, achava que ter cinco carros era ter mais do que oito. Através dos dedos das mãos expliquei-lhe que ter cinco carros é menos do que ter oito e ele, desarmado, concordou com a explicação, fazendo as contas com os seus próprios dedinhos.
Esta fotografia retrata apenas isso... a interacção entre uma turista encantada e um menino local curioso, que vivia numa realidade em muitos aspectos diferente da dela (devido aos hábitos e costumes do país em questão), mas que, ao mesmo tempo, tinha a igual inocência de qualquer outra criança de qualquer outra parte do mundo.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

como da dor nasce algo genial…

Bon Iver e The Antlers são, para mim, dois bons exemplos de algo sublime.
Após o fim de um relacionamento, do término da banda e de um ataque com mononucleose, Bon Iver, pseudónimo de Justin Vernon, decide refugiar-se durante três meses numa cabana em Wisconsin, com uma guitarra, uma arma e um machado. O objectivo era apenas procurar espaço…
Durante três meses, afastado de tudo e de todos, enquanto comia veado e bebia cerveja, sarando feridas, Justin Vernon desenvolveu o seu primeiro disco e um dos melhores que tenho ouvido nos últimos tempos: “For Emma, Forever Ago”.


Por outro lado, The Antlers começaram por ser a aventura a solo de Peter Silberman, mas é "Hospice" que marca a estreia do projecto enquanto banda. Este nasce de uma forma especial… O vocalista e guitarrista isolou-se em Brooklyn durante dois anos para compor o álbum. Desse período de reclusão, auto-imposto por não saber lidar com uma fase da sua vida, nasceu um disco que conta a história de um homem que acompanha a morte por doença da mulher amada.
"Hospice" lida com traumas de infância, vários recalcamentos e um medo à flor da pele, tudo agregado numa escrita irónica e ao mesmo tempo sofredora. Canções como 'Atrophy' e 'Wake' lembram a obsessão pela morte, enquanto 'Sylvia' fala de uma relação complexa. Quanto à música, segundo os entendidos, tem como referências uma sumida folk minimal e um jogo de guitarras nubladas.
Quer “For Emma, Forever Ago”, quer "Hospice" são das melhores obras que alguma vez ouvi e ambas nasceram de mágoas muito particulares. Justin Vernon e Peter Silberman (juntamente com Michael Lerner e Darby Cicci) fizeram de sofrimentos distintos algo extraordinário e que, certamente, acabou por “abafar” a dor que sentiram outrora.
Ser capaz de fazer uma genialidade destas não é para qualquer um…